Monday, September 26, 2005

tudo ou nada

Nada,

é realmente o que se tem,
nada porque estás no meio do oceano,
nada porque perdeste o control
nada é o que és no meio deste plano

ai maria como podes assim ser
cruel como uma mulher perdida
cruel ao nada poderes fazer

na vida tudo temos a perder
ou se calhar tudo a ganhar
mas no fundo aqui estamos
sem nos poder falar

corre a vida sem sentido
corre o mundo à nossa frente
e o sentimento de tudo estar contra a gente


só algo de bom pode chegar
nao sei em que sentido o apresentar
para o positivo temos de olhar
pra nao tudo perder no abalar

abalar deste mundo
que tanto quis construir
existem pessoas contentes
de me verem daqui partir

Adeus mundo construido
adeus mundo cruel
encontraremos um dia
a solução para este papel

papel de parvo eu fiz
papel de bacano eu tentei
papel impostor me acusas
papel de protector falhei

Friday, September 23, 2005

do que vale um bom dia?
se ao chegarmos a casa temos a impressão que estamos a mais, o que fazer para mudar esse sentimento?
Mudar-se?

Claro quem ta mal que se mude!

que treta de maxima, isto não tem ponta por onde se pegue!

Um gajo passa por uma situação complicada, pra não perder o pouco apoio legal que tem, é obrigado a não abrir mão do que tem.... Mas fica sempre com a impressão que não chega!
temos de dar tudo?
Temos de desaparecer?
Mas que raio se passa????

Se uma pessoa está mal e apesar de se querer mudar não consegue?

Todos os erros se voltam contra nós mais cedo ou mais tarde e claro que todos terão de ser resolvidos ao mesmo tempo. Nada serve fugir, temos de enfrentar o touro pelos cornos!

Ya man! Um homem que é homem nunca tem problemas, só tem soluções!

Um homem nunca chora, tem de ser forte, proteger a familia, trazer o salário pra casa! Enfim todo este aparato de macho latino, que no fundo pouca gente acredita ou se calhar sou o unico que já não acredita nestes valores.

Que raio ando eu a fazer nesta sociadade? Ou será que estou à margem da sociadade?

As forças faltam, ou será que nunca fui suficientement forte pra resolver os problemas?

Tantas perguntas sem resposta!
Porra de vida, granda moca!

Thursday, September 22, 2005

Afinal o que é o AMOR?

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Tantos os poetas que cantaram este sentimento!

Tantos os cientistas tentaram perceber o funcionamento deste sentimento!Mas afinal de que lado se encontra a razão?

Se formos seguir a Freud, chegaremos à conclusão que somos uma carrada de histéricos.

Se seguirmos o autor do poema acima vamos encontrar a nossas musas, mas ao menos este tem desculpa que era zarolho.

Razão razão ninguém tem, visto que quando caímos nestas alçadas perde-se a razão por completo e ficamos completamente irracionais, afinal os golfinhos é que têm razão em fazer amor por prazer, mas será amor? Serão fiéis aos respectivos parceiros?

Fidelidade nem nos chimpanzés, porque afinal as fêmeas também gostam de dar umas baldas fora da vista do macho dominante.

Bom ficaremos com o título de um livro de Miguel Esteves Cardoso: O Amor é Fudido.

É fudido o Amor, máximas tipo:
Se amas e és desprezado, despreza e serás amado!

Não fazem sentido, como desprezar alguém de que se ama?

Boa! Há meses que tento e é impossível, fico sem motivação para fazer seja o que for, porque penso simplesmente em entender o que se passa, porque tento encontrar respostas a todos os tipos de perguntas.Agarro-me ao passado, passado que tem tanto de intenso como de efémero, até ao grito de Ipiranga dado por alguém que começo a ter dúvidas dos seus verdadeiros sentimentos ou intenções.
Talvez seja ingenuidade! Ingénuo, boa definição, acreditar que afinal o Amor é possível entre duas pessoas que se entendem bem, onde a cumplicidade é latente, onde acreditei e me dediquei a fundo numa relação que não tem presente nem futuro. Tal a pescada que antes de ser já era, alguem teria de dar o grito de Ipiranga... ela queria liberdade.

Bom afinal Amor é uma prisão.

Que seja uma prisão mas continuarei a ser um condenado a pena perpétua, continuarei a acreditar que o Amor é possivel, é fudido mas é possivel, e se um dia eu der uns estalos no Zarolho?

Catarina bem promete; Eramá! como ela mente!

Catarina é mais fermosa

Para mim que a luz do dia;

Mas mais fermosa seria,

Se não fosse mentirosa.

Hoje a vejo piedosa;

Amanhã tão diferente,

Que sempre cuido que mente.

Catarina me mentiu

Muitas vezes, sem ter lei,

E todas lhe perdoei

Por uma só que cumpriu.

Se como me consentiu

Falar-lhe, o mais me consente,

Nunca mais direi que mente.

Má, mentirosa, malvada,

Dizei: pera que mentis?

Prometeis, e não cumpris?

Pois sem cumprir, tudo é nada.

Nem sois bem aconselhada;

Que quem promete, se mente,

O que perde não no sente.


Jurou-me aquela cadela

De vir, pela alma que tinha;

Enganou-me; tinha a minha,

Deu-lhe pouco de perdê-la.

A vida gasto após ela.

Porque ma dá, se promete;

Mas tira-ma, quando mente.

Tudo vos consentiria

Quanto quisésseis fazer,

Se esse vosso prometer

Fosse por me ter um dia.

Todo então me desfaria

Convosco; e vós, de contente,

Zombaríeis de quem mente.

Prometeu-me ontem de vir,

Nunca mais apareceu;

Creio que não prometeu

Se não só por me mentir.

Faz-me, enfim, chorar e rir:

Rio quando me promete,

Mas choro quando me mente.

Mas pois folgais de mentir,

Prometendo de me ver,

Eu vos deixo o prometer,

Deixai-me vós o cumprir:

Haveis então de sentir

Quanto a minha vida sente

O servir a quem lhe mente.