Tuesday, August 02, 2005

viagem a zurique

O rapaz estava nervoso, é sexta-feira.

No dia seguinte não poderia falhar, ia ter a oportunidade de passar umas horas com a Maria. Já havia muitas semanas que sonhava com esta oportunidade, era tanta a atracção que tinha por ela! Não lhe saia da sua imaginação, aquela mulher linda tinha a capacidade de lhe fazer mudar de vida, seria capaz de subir às estrelas só para poder ter a oportunidade de poder partilhar com ela alguns momentos a sós. Essa oportunidade ia acontecer e seria no dia seguinte! Como poderia o nosso rapaz passar essa noite com tanta ansiedade?

Saiu, tinha de ser, tinha de tentar divertir-se para que as horas passassem mais depressa, dormir seria impossível, impossível dormir quando no dia seguinte se tem a primeira oportunidade de estar a sós com a mulher dos seus sonhos! Este rapaz não tinha 34 anos, nesse dia tinha 16, exactamente o sentimento de quando teve o primeiro verdadeiro encontro amoroso da sua vida, não há dúvidas o rapaz estava mesmo apaixonado, um comportamento de adolescente era permanente. Só lhe apetecia subir ao Impire state building e gritar para todo o mundo que no dia seguinte iria passar o dia com a sua amada.

Chega o dia D., tinha sido rude a noite, quase não tinha dormido, o homem estava mesmo nas nuvens, pegar no carro e ir buscar pela primeira vez a nina, sem a presença de Tuxa!!! Tinha conseguido avançar o encontro, porque finalmente a distância era longa e não poderiam perder o avião! As desculpas que se encontram quando se quer estar o mais depressa possível com alguém....

Encontraram-se pelo meio dia, apareceu Júlia, linda a rapariga mas essa não era importante, importante era a que vinha atrás, com um saco de lixo na mão.... Nada mais romântico que um saco de lixo?? Que se lixe, é linda a menina, um concentrado de qualidades: beleza, simpatia e um sorriso.... Indescritível! Como fazer com que o coração não comece aos saltos pela rua? Fecha a boca rapaz, ele vai mesmo saltar!!!!!!

Os cumprimentos da praxe, o carregar do carro em dificuldades, sim que a única vontade era mesmo que a ninas estivessem dentro do habitáculo e senti-la ao seu lado pela primeira vez, ao seu lado o sonho ia ser realizado.

Começaram a viagem, ia ser curta esta viagem, talvez para o motorista, por isso raramente ultrapassava os 100 km hora, ele que adora velocidade não passava dos 100! A coisa tinha de durar. Ou melhor, as figuras que se fazem quando se gosta!

As conversas eram baseadas na viagem de Júlia, sim porque fazia uns tempos que não ia à sua terra natal e havia a preocupação da passagem da fronteira, a angústia do regresso depois de vários meses.

Julia adormece, a oportunidade de falar a sós com a sua amada surgiu, começam a brincar, com o nosso amigo a explicar o signicado das letras das placas de matrícula, que regiões atravessavam, as primeiras tentativas de explorar quais seriam os verdadeiros sentimentos de Maria.

Na saída antes do destino, ela pergunta o significado de Ausfhart:

-Saída! Responde o Quim e saiu da auto-estrada!

Ai a concentração! Ou seria a falta dela, se calhar a concentração estava lá, apenas não lhe fazia uso. Realmente nada melhor que andar à procura do caminho numa cidade que se conhece mal, mas não faz mal, havia tempo e era mais uma forma de prolongar a viagem. Depois de algumas peripécias lá conseguem encontrar o bom caminho e chegaram ao famoso Unique airport. Nada arrogantes estes tipos! Aeroporto único! Enfim sempre a julgarem-se superiores aos outros, mas isto é a Suíça, a rivalidade entre cantões e sobretudo entre regiões linguísticas. Mas isto não interessa, o importante é que o menino estava doidinho por estar na presença da linda Maria.

Ao chegarem ao aeroporto procuraram o check-in correspondente para depois poderem saborear algo, porque a viagem foi longa! Sobretudo quando se conduz a 100 km/h, 3 horas para fazer 230 km, realmente é um abuso mas o rapaz foi perdoado, a coisa era demasiado evidente.

No regresso foi a mesma coisa, devagar devagarinho porque isto de andar depressa não é para alentejanos, foi um regresso em que houve algumas perguntas, muitas insinuações de parte a parte e sobretudo deixar bem claro que Tuxa nada representava para o nosso adolescente por um dia e sobretudo confidencias de parte a parte, a cumplicidade entre os dois estava a fortalecer-se e só faltava prolongar a coisa porque a chegada a casa estava a acontecer muito rápido, pelo menos a ver do condutor, e não seria o caso da Maria? Quim está convencido que era mútuo! Para o conseguirem teria de passar por uma saída a 3, mal por mal ao menos o partilhar da sua presença por mais algumas horas era a sobremesa, a doce sobremesa depois de um prato principal bem saboreado!

Por uma questão de princípio Maria passou para o banco de trás, mas a colocação do retrovisor numa posição estratégica e a Maria sentada no meio com os braços entre o bancos compensavam o facto de não estar ao seu lado e nas brincadeiras que se faziam não havia mais dúvidas a atracção era mesmo mútua e a cumplicidade entre os dois mais que certa.

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